Brasília - O nível do Rio Negro, no estado do Amazonas, subiu cinco centímetros no fim de semana. A marca desta segunda-feira indicou 29,87 metros, nível mais alto da aferição desde o início do monitoramento, em 1953. Segundo a Defesa Civil do estado, 49 municípios declararam estado de emergência devido às enchentes, enquanto três declararam estado de calamidade.
Segundo levantamento do Subcomando de Ações de Defesa Civil do governo do Amazonas, mais de 77 mil famílias foram afetadas pelas enchentes. Destas, 33.290 recebem o Cartão Amazonas Solidário, no valor de R$ 400. O governo estadual distribui ainda cestas básicas, kits de higiene pessoal, limpeza e medicamentos, além de filtros microbiológicos e hipoclorito de sódio para purificação da água para consumo.
O governo estadual deve liberar nos próximos dias R$ 850 mil para os municípios afetados. Boca do Acre, no Purus, receberá R$ 150 mil, enquanto os municípios de Envira, Eirunepé, Guajará, Ipixuna, Carauari, Itamarati e Juruá receberão R$ 100 mil cada.
O Ministério da Integração Nacional, de outro lado, confirmou a liberação de R$ 26,5 milhões para o estado. Também publicou hoje portaria instituindo o Comitê Integrado de Monitoramento e Operações no Estado do Amazonas, ligado ao Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad), para auxiliar no monitoramento de eventuais desastres naturais relacionados ao excesso de chuvas.
O meteorologista Luiz Cavalcante, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), explicou à Agência Brasil que o alto volume de chuvas no Amazonas se dá provavelmente pela influência do fenômeno climático La Niña. Para ele, o ciclo de influência, que já dura um ano e meio, está entrando em fase neutra, por isso está ocorrendo o retardamento do período chuvoso na parte sul da região amazônica.
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