Brasília - Na tentativa de reagir à queda de popularidade, a presidenta Dilma Rousseff pretende fazer um pronunciamento à Nação, em cadeia nacional de rádio e TV, depois o Carnaval. A ideia é anunciar ações do governo federal de combate à corrupção e defender as medidas adotadas em relação à Petrobras. Uma das propostas é o envio ao Congresso Nacional de projetos anticorrupção.
A estratégia de fazer o pronunciamento foi discutida ontem durante
reunião com núcleo político do Palácio do Planalto. Ministros próximos à
presidenta avaliaram que a popularidade de Dilma caiu não só pelas seguidas
denúncias de corrupção na Petrobrás, mas também é fruto dos aumentos de tarifa
de energia e do preço dos combustíveis.
Pesquisa do instituto Datafolha, divulgada no sábado, mostrou que a avaliação ótima/boa de Dilma despencou de 42%, em dezembro, para 23%, em fevereiro. Entre os entrevistados, aqueles que a consideram ruim/péssima passaram de 24% para 44%.
Impeachment
Nesta segunda-feira, no Senado, o ex-ministro da Educação no governo Lula Cristovam Buarque (PDT-DF) disse que o impeachment da presidenta está “na boca do povo”. “Eu não acho que a palavra impeachment deva causar arrepios. O que causa arrepio é estar na boca do povo, e silenciá-lo é que seria golpismo”, argumentou.
Para o líder do PSDB, senador Cássio Cunha Lima (PB), o impeachment de Dilma não pode ser considerado “golpismo” nem causar “arrepios” aos petistas. Segundo ele, esse não é um caminho defendido pelo PSDB. Cunha Lima observou também que a simples queda de popularidade de Dilma não pode ser a justificativa para um impeachment, acrescentando que a crise é grave devido à “letargia” do governo.
“Não se pode falar em golpismo quando se fala em impeachment. A palavra impeachment está escrita Constituição. Portanto, ao pronunciar a palavra impeachment, não se pode produzir arrepios. Não é esse o caminho que queremos trilhar. Mas quem fala isso e fala cada vez mais alto é o povo brasileiro”, disse.
O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) reagiu à fala do tucano. Para o petista, é “precipitado” falar sobre o assunto. Ele acusou ainda o PSDB de ser “mau perdedor” e disse que os tucanos deveriam aceitar a derrota sofrida nas urnas no ano passado. “Eu defendi o impeachment de (Fernando) Collor porque havia fatos concretos. Agora não há nada. Vocês é que são maus perdedores. Falar em impeachment depois de um processo eleitoral democrático é golpismo”, afirmou Lindbergh.
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