Integrantes da quadrilha atuavam como 'coiotes', levando brasileiros ilegalmente aos EUA usando a fronteira com o México.
A Polícia Federal (PF) em Goiás deflagrou hoje (10) a Operação Coiote na tentativa de desarticular uma quadrilha que agia no Brasil e nos Estados Unidos promovendo a imigração ilegal de brasileiros. Cerca de 200 policiais cumprem 54 mandados judiciais, incluindo cinco mandados de busca e seis mandados de prisão preventiva.
A operação ocorre de forma simultânea em cinco estados: Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Rondônia, nas cidades de Goiânia, Aparecida de Goiânia, Piracanjuba, Governador Valadares, Uberlândia, Vitória, Rio de Janeiro e Vilhena.
De acordo com a PF, os integrantes da quadrilha atuavam como intermediadores na aquisição de vistos para os EUA, usando documentos falsos em autoridades consulares do país.
Entre os documentos estão extratos bancários, contracheque falsos ou adulterados com valor superior ao efetivamente recebido pelo requerente, vínculos empregatícios inexistentes, declarações falsas de Imposto de Renda e declaração de bens, falsos vínculos com universidades, além de documentos que atestavam vínculos fraudulentos até com o Exército Brasileiro.
Segundo a PF, os chamados coiotes conduziam os imigrantes ilegais pela fronteira mexicana mediante pagamento com duas opções de ingresso: na versão mais cara, o imigrante fazia todo o trajeto em veículos, ônibus e aviões até ingressar em território norte-americano a um custo entre R$ 27 mil e R$ 30 mil. Na versão mais barata, o imigrante passava até quatro noites caminhando até ingressar nos Estados Unidos, com um custo aproximado de R$15 mil.
As pessoas que são alvo da operação e que se encontram fora do Brasil foram incluídas na lista de procurados da Interpol, informou a PF. “Neste momento, as autoridades americanas também estão tomando todas as medidas necessárias para neutralizar os criminosos que se encontram nos Estados Unidos”, destacou o órgão, por meio de nota.
Cada acusado vai responder mediante sua participação no esquema e, somadas, todas as penas podem chegar a 24 anos de reclusão.
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